Indústria brasileira mais que dobra uso de inteligência artificial em dois anos

Inteligência artificial cresce 163% e já é aplicada em áreas administrativas, vendas e projetos

25 de set. de 2025

O avanço da transformação digital no setor industrial brasileiro ganhou força nos últimos dois anos. O uso da inteligência artificial cresceu 163% no ramo desde 2022, segundo levantamento do IBGE em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a UFRJ.

Hoje, 41,9% das indústrias fazem uso de recursos como aprendizado de máquina, mineração de dados, automação de processos, reconhecimento de fala e imagem, e manutenção preditiva. Em números absolutos, o total de empresas que adotaram IA saltou de 1.619 para 4.261 no período.

Em 2024, 89% das empresas já utilizam tecnologias digitais avançadas em suas operações, atualmente. De acordo com as 10.100 empresas entrevistadas, 9.054 já incorporou ferramentas como computação em nuvem (adotada por 77,2% das companhias), internet das coisas (50,3%), robótica (30,5%), análise de big data (27,8%) e manufatura aditiva (20,3%).

O uso da IA é mais expressivo em áreas administrativas (87,9%), comerciais (75,2%) e no desenvolvimento de projetos (73,1%). As grandes indústrias, com mais de 500 funcionários, lideram o movimento de adoção.


Faltam profissionais qualificados em IA

A IA tem proporcionado ganhos expressivos à indústria brasileira, especialmente em eficiência (90,3%) e flexibilidade (89,5%). No entanto, existem dois desafios que ainda barram o potencial dessas soluções: os altos custos de implementação das tecnologias (78,6%) e a carência de profissionais qualificados (54,2%). Questões de segurança e privacidade também permanecem como pontos de atenção.

Entre as companhias que ainda não aderiram às inovações digitais, as barreiras são parecidas. O peso maior recai sobre o custo elevado das soluções (74,3%) e a falta de pessoal especializado (60%). O cenário indica que, apesar do ritmo acelerado da transformação digital, sua consolidação depende de mais investimentos e educação na área.

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